Eu fui ali morrer de sono,
dormir tudo aquilo que não pude pra curtir as coisas erradas
Fui ali morrer de amor,
por causa desse meu coração que não tem dono
Eu vou ali morrer de pena
de todas essas pessoas que não encontraram a paz
Vou ali morrer de tristeza,
porque ela se foi e não disse pra onde ia.
Eu não vou mais narrar minha vida
pra meia dúzia de urubus esperando pelo fim dela
Eu vou é me entregar de uma vez
Não vou ficar esperando mais esse jovem cortês,
que era pra vir e nunca mais chegou
Eu não vou mais viver mentiras que eu mesmo inventei
Eu já vou ali morrer de dor,
porque não há remédio que cure uma alma
que vaga sem sentido, nem tem pra que viver
Eu vou ali morrer de raiva,
porque eu queria viver e não deixaram
Já volto aqui,
vou ali morrer de futilidade,
porque eu fui atrás de tudo
quando eu precisava de quase nada
Vou ali pra morrer mais um pouco
antes que não dê mais tempo de sentir desperdiçada
Toda essa minha vida que passou batida
Preciso morrer às vezes
pra ver se melhoro dessa vida bandida
pra ver se aproveito mais quando não quero morrer.
Eu quero ir ali morrer de vez
antes que chegue aqui o jovem cortês
e me encontre nessa meia-vida meia-morte
que não tem sentido, não tem pra quê
antes que chegue e piore ainda mais
e me faça querer viver
uma morte lenta, dolorida
de uma vida frágil tão à toa
que pra corrigir só era morrer.
Morrer a cada segundo
e esperar que o mundo viva
em paz consigo mesmo
e com toda a vida.
Viver cada segundo
como se fosse morrer no outro
e morrer de cabeça erguida
Ah, isso é o que eu mais preciso!
Morrer como se a vida tivesse sido perfeita
e nunca tivesse desejado a morte.
Morrer como se fosse suficiente
só morrer e mais nada.
Num surto tão fabuloso de vida
que só poderia mesmo acabar com a minha morte.
Morrer como se fosse suficiente
só morrer e mais nada.
Num surto tão fabuloso de vida
que só poderia mesmo acabar com a minha morte.
Guilherme Schnekenberg
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