Há um momento, entre a alegria do verão e os castigos do inverno, em que os sorrisos e as surras se misturam para transformar a perfeição em perfeição ao quadrado.
As manhãs são gratificantes, apesar do vento gélido que corta o maior órgão humano mesmo coberto pela proteção artificial. O sol demora para despertar. Preguiçoso, dá para a lua mais algum tempinho de reinado. E que esplêndido reinado! Quem nunca olhou para a lua nas manhãs desse momento não sabe o que é se apaixonar pelo inalcançável!
Fim de reinado, o sol toma seu trono e brilha. Ah, como brilha! Seus raios alegram os pássaros que cantam como na primavera e com eles o barulho do balançar das árvores, que são animadas pelo doce canto dos ventos.
Tardes mais azuis e o entardecer mais rosa que a pantera antecedem a noite fria, e muitas vezes estreladas, que faz os animais voltarem para a toca. Os que tem toca...
Tudo isso...toda essa beleza disponível diariamente, de graça, para o deleite dos olhos humanos.
Olhos humanos...não é o que basta para apreciar totalmente tudo isso. Tem que ser leve! Tem que se deixar apaixonar! Tem que ser simples e descomplicado! Tem que respirar! TEM QUE VIVER!
É o outono!
Ah, o outono que como a plebeia dos contos de fada tem beleza pura e pouco sentida.
Ah, o outono que implora para ser percebido como um homem apaixonado implora um olhar de seu amor impossível!
Então, ceda a essa beleza plebeia. Deixe de ser um amor impossível. Respire. VIVA!
Kamila VintureliEntão, ceda a essa beleza plebeia. Deixe de ser um amor impossível. Respire. VIVA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário